A Revelação Espírita: origem, modo, objeto e caráter

Em Leis da Natureza
janeiro 29, 2024

A Gênese, Cap. 1, Caráter da Revelação Espírita – Allan Kardec

O Espiritismo é uma doutrina que se baseia na crença na existência dos espíritos e na sua comunicação com os vivos, através da mediunidade. O Espiritismo também afirma que os espíritos são os seres humanos desencarnados, que evoluem moral e intelectualmente, passando por diversas reencarnações. O objetivo final dos espíritos é a perfeição, que os aproxima de Deus, a causa primária de todas as coisas.
Nesta importante obra, o livro “A Gênese”, Allan Kardec, o emérito codificador da Doutrina Espírita, trata da origem e da evolução do universo, da Terra, da vida e da humanidade, sob a ótica do espiritismo. Neste trabalho, vamos analisar o primeiro capítulo desse livro, que tem como título “Caráter da revelação espírita”.
Nesse capítulo, Kardec discute o conceito de revelação, que significa “sair de sob o véu”, ou seja, descobrir ou dar a conhecer algo secreto ou desconhecido. Ele afirma que há diferentes tipos de revelação, que podem ser classificados em três categorias: a revelação divina, a revelação científica e a revelação espírita. O nosso objetivo é compreender as características e as diferenças entre esses tipos de revelação, bem como o papel da revelação espírita na história e no progresso da humanidade.
Na primeira, a revelação divina, é aquela que Deus faz diretamente aos homens, por meio de seus mensageiros, como os profetas e os anjos. Essa revelação tem como característica essencial a eterna verdade e não pode ser desmentida pelos fatos. Ela é feita de acordo com a vontade e a sabedoria de Deus, que escolhe os momentos e os meios mais adequados para se manifestar aos homens. Ela visa orientar e educar os homens, revelando-lhes as leis morais que devem seguir para alcançar a felicidade.
Na segunda, a revelação científica, é aquela que os homens fazem uns aos outros, por meio do estudo e da observação da natureza. Essa revelação é progressiva e relativa, pois depende do avanço do conhecimento humano e pode ser modificada ou completada por novas descobertas. Ela é feita de acordo com a inteligência e a curiosidade dos homens, que buscam compreender e explicar os fenômenos naturais. Ela visa ampliar e aperfeiçoar o saber humano, revelando-lhes as leis físicas que regem o universo.
Na terceira, a revelação espírita, é aquela que os espíritos fazem aos homens, por meio da mediunidade. Essa revelação é uma consequência natural da revelação divina e da revelação científica, pois os espíritos são os elos entre Deus e os homens, e entre o mundo material e o mundo espiritual. Os espíritos são os agentes de Deus, que executam as suas leis e as revelam aos homens, conforme o seu grau de evolução e de compreensão. Os espíritos também são os observadores e os exploradores do universo, que transmitem aos homens encarnados os seus conhecimentos e as suas experiências, ampliando o campo da ciência humana.
A revelação espírita é feita por meio dos diferentes tipos de mediunidade. Ela é feita de acordo com a necessidade e a capacidade dos homens, que recebem as mensagens dos espíritos, por meio de médiuns. Ela visa esclarecer e consolar os homens, revelando-lhes as leis da vida, que envolvem a imortalidade da alma, a reencarnação, a lei de causa e efeito, a pluralidade dos mundos habitados, etc.
Podemos concluir que a revelação é um processo contínuo e progressivo, que se adapta às condições e às circunstâncias de cada época e de cada lugar. A revelação não é uma imposição dogmática, mas uma proposta de iluminação e de libertação, que respeita o livre-arbítrio e a razão dos homens. A revelação não é uma verdade fechada e definitiva, mas uma verdade aberta e suscetível de controle universal, que se aperfeiçoa e se completa com o tempo e com o trabalho dos homens e dos espíritos.
A revelação espírita é, portanto, uma revelação especial, que se distingue das outras por sua origem, seu modo, seu objeto e seu caráter. Ela é a terceira revelação, que vem confirmar e completar as duas primeiras, a divina e a científica. Ela é a revelação do século XIX, que vem atender às necessidades e às aspirações da humanidade moderna. Ela é a revelação do futuro, que abre novos horizontes para o conhecimento e para a felicidade dos homens.

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Revisor Linguístico, Palestrante e Instrutor Espírita.