Na imponente cidade de São Paulo, onde o concreto se ergue como muralhas e os majestosos edifícios tocam os céus, o som do tique-taque dos relógios ecoa de maneira peculiar. Em meio ao caos urbano, os ponteiros se movem como agulhas de um relógio cósmico, tecendo destinos e entrelaçando as vidas dos paulistanos. Nesse cenário, o tique-taque vai além da simples marcação do tempo, tornando-se um elo sutil entre o mundo terreno e o espiritual.
Os espíritas veriam nos ritmos metronômicos dos relógios uma espécie de murmúrio do além, uma mensagem dos planos espirituais que permeiam as frestas do cotidiano. Entre cada batida do tique para o taque, um convite para a contemplação, um chamado para sintonizar-se com a dimensão espiritual que coexiste com a agitação da metrópole.
Nos becos e vielas, onde o barulho dos carros se mistura ao burburinho das pessoas, o tique-taque ressoa como um lembrete de que, por trás da pressa, há uma ordem divina mais ampla. Nos cruzamentos movimentados e nos parques onde as árvores resistem ao avanço do concreto, o tempo parece se alongar, proporcionando espaços para reflexão.
O tique-taque persiste como um farol a guiar os passos apressados pelos labirintos da cidade. A cada segundo, uma oportunidade de compreender mais profundamente as entrelinhas da existência se revela. Os médiuns, mergulhados na tranquilidade do ambiente de suas Casas Espíritas podem sentir a pulsação espiritual da cidade, captando mensagens sutis que se entrelaçam ao som constante e infinito do tique-taque dos relógios.
Em meio a sessões de atendimento mediúnico, os sensitivos podem perceber que as almas urbanas também buscam respostas para os enigmas que ecoam em seus corações. O relógio, em sua linguagem simbólica, parece desvendar os mistérios espirituais que habitam as mentes inquietas dos habitantes da metrópole.
Assim, enquanto o tique-taque persiste, São Paulo se revela como um terreno de exploração do mundo espiritual, um palco onde a busca por significado se eleva sobre os limites do palpável. Neste incessante movimento urbano, as almas, mesmo imersas na voracidade cotidiana, encontram nos ponteiros do tempo um convite para ultrapassar o efêmero.
Os relógios tornam-se testemunhas silenciosas do constante diálogo entre o concreto terreno e o imponderável do mundo espiritual, entre o pulsar da metrópole e os mistérios que permeiam os véus invisíveis do espírito. Entre o vai e vem da vida urbana, o tique-taque ecoa como uma melodia harmoniosa, convidando a cidade a refletir sobre seu próprio ritmo espiritual, enquanto os ponteiros seguem a dança cósmica que transcende o simples passar das horas.
Roberto Marco